Vacinação contra poliomielite: O que muda com a vacina injetável

Vacinação contra poliomielite: O que muda com a vacina injetável
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Especialista explica a diferença entre as vacinas Sabin e Salk e sobre a importância da vacinação

 

A partir de 2024, a vacinação contra a poliomielite terá uma novidade: a tradicional gotinha da vacina Sabin começará a ser gradualmente substituída pela Vacina Inativada Poliomielite (VIP), que é injetável. A mudança foi anunciada pelo Ministério da Saúde.

A VIP (forma injetável) já é aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. Com a mudança, ela começará a ser usada também na dose de reforço, aos 15 meses de vida. A outra dose de reforço, atualmente aplicada aos 4 anos de idade, não será mais necessária.

A médica neurocirurgiã Ana Maria Moura, coordenadora distrital da Campanha contra a Pólio através da Vacinação desenvolvida pelo Rotary Clube, ressalta a importância da vacinação para prevenir a volta da doença, cujo último caso no Brasil foi registrado em 1989.

Ela explica que a gotinha (Sabin) tem os vírus vivos e a Salk (injetável) tem o vírus morto. A troca, de acordo com a médica, afasta o risco de a criança eliminar a vacina em gota pelas fezes, ficando sem a proteção.

O esquema vacinal continuará com doses aos 2, 4 e 6 meses e um único reforço aos 15 meses. “É muito importante que a população se conscientize e leve as crianças para serem vacinadas”, destaca, recordando que, nas décadas de 1960 e 1970, as pessoas viram os impactos negativos da pólio.

“Hoje, graças a Deus, não temos mais esses casos de sequelas e mortes, por isso, as pessoas podem achar que a doença não acontecerá mais, mas sem a vacinação, ela pode voltar”, afirma, enfatizando a necessidade de cumprimento do calendário vacinal definido pelo Ministério da Saúde. “Levem as crianças para serem vacinadas e, se tiverem dúvidas, procurem um médico para as orientações, pois prevenir é sempre melhor”.

Saiba mais sobre a doença

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença infectocontagiosa, altamente transmissível, provocada pelo poliovírus selvagem.

A doença afeta, principalmente, crianças antes dos 6 anos de idade. As manifestações clínicas variam de acordo com a área acometida do sistema nervoso, desde casos assintomáticos até paralisia grave e morte.

“A maioria apresenta sintomas gripais, dor de cabeça, fraqueza e diarreia, mas uma pequena porcentagem da população infantil pode apresentar a forma neurológica da doença, com sintomas, como flacidez na musculatura dos membros inferiores e do diafragma, o que impossibilita a respiração e pode levar à morte”, alerta a médica.

Há também casos de Síndrome Pós-Poliomielite (SSP), uma desordem do sistema nervoso que se manifesta em pessoas que tiveram a doença. Ana Maria Moura acompanha pacientes com SSP.

Os sintomas aparecem, em média, após 15 anos ou mais e o paciente apresenta fraqueza muscular e progressiva, fadiga, dores musculares e nas articulações, resultando em uma diminuição da capacidade funcional e/ou no surgimento de novas incapacidades.

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