Gratidão pela vida é sentimento predominante dos fiéis na véspera do encerramento da primeira Romaria após dois anos de pandemia
Subindo de joelhos as escadarias do Santuário Basílica, de carro de boi, a cavalo ou a pé, grande público deve participar das últimas celebrações. Renovação da fé, esperança, justiça, temperança e prudência foram temas abordados durante toda semana. Missas na madrugada, com a Juventude, com carreiros e procissão luminosa são alguns destaques do fim de semana
A pé pela Rodovia dos Romeiros, de joelhos pelas escadarias do Santuário Basílica, a cavalo ou de carro de boi, os devotos do Divino Pai Eterno têm chegado à Trindade e lotado as galerias das igrejas para agradecer às graças recebidas nos últimos dois anos. A Romaria chega ao último fim de semana com programação de missas na madrugada, procissões, encontro com carreiros, entre outras atividades, a partir desta sexta-feira (1º/7) a domingo (3/7), dia da grande festa em Louvor ao Divino. Segundo dados da Polícia Militar do Estado de Goiás e da Prefeitura de Trindade, já passaram pela cidade cerca de 1,2 milhão de pessoas até esta quinta-feira (30/6).
O reitor do Santuário Basílica, Missionário Redentorista Padre João Paulo Santos afirmou que quem veio à Trindade traz o sentimento de gratidão muito explícito nas orações. “Depois de dois anos após toda a insegurança que vivemos, as pessoas chegam aqui com essa motivação de manifestar o sentimento de gratidão, mesmo ainda entendendo que estamos em meio a uma crise sanitária, mesmo com todos os cuidados que precisamos ter elas fazem questão de estar aqui apesar de todo sofrimento e toda dor de ainda estarmos atravessando esse momento de crise”, pontuou o reitor.
A jornalista Lourdes Souza, que hoje vive em Portugal, disse que está muito feliz e grata com o retorno da Romaria presencial. Ao contrário dos mais de 1 milhão de romeiros que passaram pela cidade, ela contou que dessa vez está acompanhando a festa pela internet e relembrou emocionada que desde a infância participava das celebrações e procissões ao lado de sua avó paterna, a senhora Bernadete Abadia de Oliveira, natural de Pontalina, que todos os anos participava da romaria do Divino Pai Eterno. “Minha avó era romeira desde a infância. Eles iam em comitiva de carro de boi de Pontalina até Trindade. Eu participo da romaria desde a barriga da minha mãe. Sou devota do Divino Pai Eterno e agora estou feliz com o retorno e acompanhando pelas redes sociais e site da igreja”, afirmou a jornalista.
A romeira Josianne Acioli, 35, de Joviânia (GO), estava muito emocionada após subir de joelhos as escadarias da Basílica com a mãe e a tia depois de 5 dias de caminhada, em agradecimento ao Divino Pai Eterno pela vida de seu avô de 92 anos e de seu pai que passaram pela Covid-19 e sobreviveram. “Tudo que a gente pede a gente recebe. Não perdemos ninguém na pandemia e a minha casa é cheia de milagre”, relatou a romeira que teve uma filha prematura de 26 semanas, já ficou entre a vida e a morte, então vem por respeito.
Da Fazenda Palmeiras da cidade de Posseilândia (GO), chegou a Trindade uma comitiva de 16 cavaleiros, na quinta-feira (30/6). O cavaleiro José Carlos Gonçalves, 56, veio agradecer ao Divino Pai Eterno pela saúde de todos. “Foram algumas horas de muita oração e agradecimento ao Pai Eterno. Já fazemos esse trajeto há 17 anos, tirando os dois anos de pandemia”, relatou José.
A muladeira Jéssica Guimarães, 29, saiu de Córrego do Ouro (GO) e peregrinou durante 3 dias num percurso de 180 km com uma comitiva de 6 pessoas. “Viemos agradecer ao Divino Pai Eterno pelas bênçãos recebidas nesses dois anos em que ficamos parados na pandemia e outras graças recebidas. A experiência até Trindade foi muito boa sem nenhum contratempo”, disse Jéssica.
Há 8 anos participando da Festa do Divino, os Muladeiros do Pai Eterno vieram de Pires do Rio (GO), há 220 km de distância da cidade da fé, e gastaram 6 dias na estrada. O romeiro Gabriel Canuto, 26, contou sobre as recompensas da peregrinação. “É uma experiência inexplicável. Uma sensação de dever cumprido que a gente busca todo ano. É cansativo, é árduo, mas bem significativo e gratificante estar aqui”, afirmou o romeiro.
Nesta sexta, a partir das 19h30, na Praça do Santuário, internos da Vila São Cottolengo irão participar da Novena Solene. Às 22 horas, é a vez da juventude participar de missa especial na Basílica. Os carreiros, muladeiros e cavaleiros, que chegam na cidade desde a última semana e já participaram de desfile no Carreiródromo no dia 30, farão um grande encontro no Cineteatro Afipe, no sábado (2/7), às 14 horas. Logo mais, às 17h30, eles se reúnem para a missa no Altar Campal.
Para o domingo, 10º e grande dia dedicado ao Louvor ao Divino Pai Eterno, a programação começa com a Alvorada Festiva, tanto na Praça do Santuário quanto na Igreja Matriz, a partir das 4h30. Os fiéis sairão de lá para a Basílica na Procissão da Penitência e serão recebidos na Santa Missa que se inicia às 5h45. Grande público deve acompanhar a Missa Solene da Festa a partir das 8 horas da manhã e a Procissão Luminosa, em que pessoas caminham segurando velas a caminho da Celebração de Encerramento às 17h30, partindo da Igreja Matriz. Durante o dia, várias outras missas serão celebradas entre 6 horas e 15 horas. A segunda-feira (4/7) será o dia especial de oração pelos romeiros já falecidos. (Assessoria de Imprensa)