Coletores podem minimizar pobreza menstrual no Brasil
Projeto de lei para distribuição de absorventes foi aprovado na Câmara e segue para o Senado. Coletores podem ser mais baratos para combater o problema de mulheres em vulnerabilidade social, mas requer cuidados. Importante é que o problema tem solução e tem sido discutido
Quatro milhões de mulheres em diferentes faixas etárias não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais. O dado faz parte do relatório “Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos”, divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e que chamou a atenção de autoridades para um assunto antes tido como tabu.
Esta semana, a Câmara Federal aprovou a distribuição gratuita de absorventes para estudantes dos ensinos fundamental e médio, mulheres em situação de vulnerabilidade e para as que estão encarceradas. A autoria do projeto é da deputada federal Marília Arraes (PT-PE) e outras 34 parlamentares. Agora o projeto será votado no Senado. Ele cria o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual em todo o país, atendendo mulheres de 12 a 51 anos.
Uma mulher usa, em média, 20 absorventes por ciclo menstrual. Tendo uma base de custo de R$ 0,50 por absorvente externo, ao ano ela gasta cerca de R$ 300. Um valor expressivo para mulheres e famílias em situação de vulnerabilidade que precisam de atenção, pois é questão de saúde pública.
Jornais, pedaços de pano ou folhas de árvores são algumas das alternativas nada seguras usadas de forma improvisada no lugar de um absorvente para conter a menstruação. Uma das alternativas econômicas que tem tomado força são os coletores menstruais. Os preços variam entre R$ 60 e R$ 80 e tem a durabilidade de 10 a 15 anos.
Coletores Menstruais
Coletores menstruais são copos de silicones que são introduzidos na vagina para armazenar o sangue da menstruação. É extremamente eficaz para reduzir gastos com absorventes.
O grande problema desses coletores é o mal uso e a falta de informação para utilizá-lo. É preciso campanha de educação sexual para orientar as mulheres quanto ao uso de absorventes internos e coletores. Nenhum produto por ficar em contato com o corpo por mais de 8 horas durante o ciclo, sob o risco de aumentar o número de bactérias e causar a síndrome do choque tóxico.
Eles devem ser esvaziados entre 6 e 12 horas, variando de mulheres e ciclos. O coletor precisa ser higienizado de forma correta e introduzidos apenas quando estiverem completamente secos. As mãos devem estar devidamente higienizadas. Alguns médicos recomendam, inclusive, que o produto seja esterilizado regularmente, lavando com água e sabão neutro e fervendo-o entre os ciclos.