Carga viral no esgoto volta a subir em Goiânia

Carga viral no esgoto volta a subir em Goiânia

O projeto de Monitoramento de Covid-19 em águas residuárias de Goiânia foi aprovado pelo CNPq e compõe a Rede Vírus do MCTI, criada no início da pandemia e que gerencia as informações de enfrentamento

 

Os índices de concentração do vírus Sars-CoV-2 no esgoto da capital goiana voltaram a crescer nas últimas semanas e, atingiram nos últimos dias, taxas parecidas com a da segunda onda da Covid no primeiro semestre de 2021. Os pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), responsáveis pelo monitoramento do vírus Sars-CoV-2 no esgoto de Goiânia desde maio de 2021, notificaram as autoridades para o assunto.

Há algumas semanas os valores vem crescendo, como pode ser percebido no gráfico, em especial nas últimas três semanas, com destaque para esta com análise realizada em 14 de junho. Na semana epidemiológica 22 (de 29 de maio a 04 de junho) a carga viral foi de 20 trilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes, enquanto na semana 24 (de 12 de junho a 18 de junho) essa carga subiu mais de sete vezes, sendo detectada uma carga de 142 trilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes.

Após não detectar o vírus em algumas semanas de março de 2022, a carga viral demonstrou crescimento desde a semana epidemiológica 22 de 2022 e mantém-se em crescimento significativo nas semanas epidemiológicas 23 e 24 de 2022. A concentração do vírus encontrada no esgoto coletado na terceira semana do mês de junho de 2022 é a maior em um ano (de junho de 2021 a junho de 2022), e a tendência tem sido de aumento da carga viral. Isso ocorre após algumas semanas de queda na concentração do material genético do vírus no esgoto, que era identificado em níveis médios ou até mesmo inferiores ao limite de detecção.

Assim como explica a professora Gabriela Duarte, a frequência de ocorrência de Covid-19 em uma comunidade pode ser estimada pela detecção do RNA do vírus no esgoto. “O monitoramento oferece uma importante ferramenta epidemiológica que sugere a necessidade urgente de medidas de controle sanitário para o enfrentamento da pandemia”. Os resultados do monitoramento da Covid no esgoto em Goiânia são publicados em boletins semanais pela Rede Vírus-MCTI.

Projeto

A equipe de pesquisadoras do Instituto de Química (IQ) da UFG é composta pelas professoras Gabriela Duarte, Andréa Fernandes Arruda, Núbia Natália de Brito e pelos pesquisadores e alunos de pós-graduação Paulo Felipe Neves Estrela e Geovana de Melo Mendes. O projeto conta com a parceria dos pesquisadores da Saneago, Felipe João Carvalho Filho e Carlos dos Santos.

O protocolo de análise do esgoto utilizado pelas pesquisadoras da UFG foi desenvolvido pelo professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), Rodrigo de Freitas Bueno, vinculado ao Laboratório de Tecnologias de Tratamento de Águas Urbanas Servidas e Reuso de Água (LabTAUS). O professor Rodrigo de Freitas também criou o modelo do boletim que vem sendo divulgado sobre o monitoramento do esgoto no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MTCI).

O projeto de Monitoramento de Covid-19 em águas residuárias na cidade de Goiânia (GO) foi aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e compõe a Rede Vírus do MCTI, criada desde o início da pandemia e que gerencia as informações de enfrentamento no território brasileiro.

O projeto da UFG tem três agências de fomento: CNPq, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e o Ministério Público do Trabalho (MPT). (Agência Cora de Notícias)

Confira o boletim epidemiológico

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