30% das crianças em Goiás estão acima do peso

30% das crianças em Goiás estão acima do peso

 

Um cenário preocupante vem sendo observado em Goiás: um número cada vez maior de crianças está acima do peso. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 30% da população goiana de até 10 anos tem, ao menos, sobrepeso. A situação é a mesma em todo o Brasil e o prognóstico para daqui 11 anos é ainda pior: este número deve chegar a 50%.

 Jéssica França, médica endocrinopediatra do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP), unidade pública administrada pelo Einstein, alerta que crianças com sobrepeso têm maior risco de alteração nos índices de colesterol, hipertensão, diabetes, apneia obstrutiva do sono, deformidades e dores nas pernas, problemas na pele e muitas outras complicações, o que se reflete na saúde pública. Na unidade, 32% das crianças que fazem acompanhamento com endócrino apresentam algum nível de obesidade.

 A especialista esclarece que essa situação é multifatorial e os principais motivos estão relacionados ao ambiente em que a criança está inserida. “Hoje em dia, os principais fatores são alimentação, sedentarismo e excesso de telas”, explica. De uma forma geral, a criança deve ter acompanhamento regular com o pediatra, semestral ou anual, a depender do caso, para identificar a velocidade de ganho de peso. “Se a criança vem ganhando peso de forma rápida, perdendo roupas ou nitidamente está com a circunferência abdominal aumentada, é preciso acender o alerta, já que a obesidade é um fator que pode predispor a doenças cardiovasculares e outros problemas de saúde”, destaca.

 Crianças com sobrepeso ou com alterações endócrinas, como disfunção na tireóide, puberdade precoce e baixa estatura, são encaminhadas para o HMAP por meio de um sistema de regulação municipal. As que chegam à unidade por outro motivo também são classificadas quanto ao status nutricional e podem, a partir daí, serem diagnosticadas com obesidade e iniciar um tratamento no hospital. O primeiro passo é comunicar os pais ou responsáveis. “É importante sinalizar isso de uma forma bem acolhedora. Vejo que esse é um assunto sensível para os pais, porque, às vezes, eles também convivem com a condição”, comenta a médica.

 Atualmente, o diagnóstico de obesidade infantil é feito segundo critérios da Sociedade Brasileira de Pediatria, por meio do Índice de Massa Corporal (IMC). Esse valor é classificado em gráfico que considera a idade e gênero de cada criança. O pilar do tratamento consiste na reeducação alimentar, prática de atividade física e redução do tempo de tela, mas em casos mais graves ou com comorbidades associadas, torna-se necessário uso de medicamentos.

Prevenção

A endocrinopediatra Jéssica França sugere a adoção de práticas saudáveis desde os primeiros meses de vida, como o aleitamento materno exclusivo até 6 meses e complementar até os 2 anos, evitar oferecer alimentos e bebidas açucaradas antes dessa idade, incentivar a realização de atividade física regular apropriada para cada faixa etária e reduzir o tempo de exposição de tela (tablet, celular, TV, videogames, entre outras) .

 

Please follow and like us:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error

Siga nossas redes sociais.

Instagram