Candidato à Presidência Ciro Gomes defende reindustrialização nacional
Ele visitou a antiga Companhia Brasileira de Materiais Ferroviários
O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, esteve hoje (19) em Osasco (SP), onde conversou com funcionários de três das empresas que funcionam no antigo terreno da Companhia Brasileira de Materiais Ferroviários (Cobrasma). O local foi simbolicamente escolhido para destacar uma das propostas do ex-governador do Ceará: a necessidade de estabelecer um novo pacto entre governos, empresários e trabalhadores para reindustrializar o país.
“Escolhi este lugar porque ele é simbólico do problema do Brasil. Aqui, funcionava uma grande empresa brasileira que, no auge, empregava 12 mil pessoas. Hoje, vocês são ao redor de 600 pessoas”, comentou Ciro Gomes ao discursar a empregados da Comercial Brasileira de Ferro e Aço (CBFA), uma das companhias que funcionam em parte do enorme terreno pertencente à antiga Cobrasma.
Inaugurada em 1944, a Cobrasma foi a primeira fabricante de equipamentos ferroviários em aço do Brasil. Depois, passou a produzir peças para a indústria automobilística e Petrobras e chegou a ser qualificada para fabricar equipamentos para produção de energia nuclear. Em 1998, encerrou as atividades. Dados da própria Cobrasma indicam que o número máximo de empregados, 6.833, foi registrado em 1964, a partir de quando começou a decair.
“Pessoas perderam a oportunidade de defender suas famílias com salários decentes, previdência, aposentadoria, somando-se [aos atuais] quase 10 milhões de brasileiros que estão desempregados e a outros 5 milhões de desalentados que desistiram de procurar emprego”, acrescentou o candidato, referindo-se a dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o candidato, que defende que a política industrial deve ser o centro de qualquer projeto de desenvolvimento nacional, a campanha eleitoral é o momento de os candidatos apresentarem soluções para os problemas que o país enfrenta, como a má qualidade da educação e o baixo crescimento econômico.
“Uma campanha não deve ser uma troca de insultos, uma briga, mas sim uma ocasião para que cada candidato apresente um diagnóstico sobre o que está acontecendo com o Brasil. Sobre porque há tanta gente desempregada. Por que o salário-mínimo tem, hoje, o pior poder de compra dos últimos 20 anos e por que a inflação voltou pesada nos alimentos? Por que a educação do filho do trabalhador não prepara para a disputa cada vez mais difícil da vaga de trabalho moderna. A ocasião política é esta.” (Agência Brasil)