Caso Valério Luiz: júri popular é adiado pela 4ª vez
Julgamento está marcado para 5 de dezembro
O julgamento dos cinco réus acusados de matar o jornalista e radialista Valério Luiz de Oliveira, ocorrido em 5 de julho de 20212, no Setor Serrinha, em Goiânia, foi dissolvido na manhã desta terça-feira, depois que o juiz Lourival Machado, da 2ª Vara Criminal de Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri, que preside o júri popular, foi informado que um dos jurados saiu do hotel onde o Conselho de Sentença estava hospedado.
O caso aconteceu na madrugada desta terça-feira, quando o jurado teria ido até a recepção do hotel, solicitado um carro de aplicativo e ido para casa. Ele teria passado mal e ido para casa tomar remédio, quebrando a incomunicabilidade exigida para se fazer parte do Conselho de Sentença. O mal-estar do jurado foi confirmado após avaliação por parte de um médico do Tribunal de Justiça de Goiás.
Com isso, os três depoimentos prestados no primeiro dia de julgamento perdem a validade. Depois de dar início aos trabalhos nesta manhã, o juiz comunicou o motivo de uma suspensão temporária. “Triste notícia a dar a todos. A nossa sessão infelizmente se encerra agora”, contou o juiz, explicando a situação logo depois.
O Ministério Público ponderou que não havia condição para a continuidade do julgamento, uma vez que não se sabe o que o jurado, que é estudante de Direito, fez durante a madrugada. O magistrado informou que apesar do ocorrido, não houve prejuízo processual.
Relembre
São réus: Maurício Sampaio, Urbano de Carvalho Malta, Ademá Figueiredo Aguiar Filho, Djalma Gomes da Silva e Marcus Vinícius Pereira Xavier. Os quatro primeiros estão em plenário e o último, pela internet, diretamente de Portugal, onde mora.
Maurício Sampaio, que na época do crime foi criticado por Valério Luiz por deixar a diretoria do Atlético Clube Goianiense em meio a uma crise, é apontado como mandante do crime; Urbano teria contratado Ademá Figueiredo para cometer o homicídio contra o radialista; Djalma da Silva teria ajudado no planejamento da ação e atrapalhado as investigações e Marcus Vinícius teria arrumado a moto, o capacete e uma camiseta para Figueiredo usar no crime.
Valério Luiz criticou, em programa esportivo da PUC TV, que a diretoria do ACG estaria abandonando o clube em crise como “ratos abandonam o barco” em um naufrágio. A crítica teria gerado revolta ao dirigente atleticano.
No dia 5 de julho de 2012, por volta das 14 horas, o jornalista esportivo Valério Luiz de Oliveira foi baleado com cinco tiros dentro do seu carro, quando saía da emissora de rádio em que trabalhava, no Setor Serrinha, em Goiânia.