Vídeo de pessoas revirando lixo em busca de comida é o retrato do Brasil

Vídeo de pessoas revirando lixo em busca de comida é o retrato do Brasil
Reprodução: TikTok

Com 19 milhões de pessoas passando fome, cena gravada em Fortaleza, exposta no TikTok, viralizou nas redes sociais e chamou a atenção para a necessidade urgente de socorrer quem passa fome

Uma cena de pessoas revirando a caçamba de um caminhão de lixo em um bairro nobre de Fortaleza (CE) viralizou nas redes sociais neste início de semana e chamou a atenção para a necessidade urgente de socorrer quem passa fome no Brasil. A cena é o retrato do país onde 19 milhões de pessoas passam fome, segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan), realizado pelo Vox Populi, entre os dias 5 e 24 de dezembro do ano passado e divulgado semana passada. A pesquisa foi realizada em todas as regiões do país.

De acordo com o Mapa Humano da Fome no Brasil, 11,1% dos lares chefiados por mulheres estavam enfrentando a fome; 10,7% dos lares chefiados por pessoa preta ou parda estavam enfrentando a fome e 14,7% dos lares chefiados por pessoa com baixa escolaridade estavam passando fome. Do total de 211,7 milhões de brasileiros, 116,8 milhões conviviam com algum grau de insegurança alimentar, e destes, 43, 4 milhões não tinham alimentos em quantidade suficiente.

No vídeo, gravado por Andre Queiroz e compartilhado até viralizar nas redes sociais, um grupo de nove pessoas revira a caçamba de um caminhão e latas de lixo em busca de restos de comida. Vídeos de pessoas fazendo fila para comprar ossos e anúncios de venda de carcaças de frango, pés de galinha e pelanca para “reforçar” a dieta de seres humanos têm sido cada vez mais comuns no país.

Um indicador da Conab estima que o consumo de carne (bovina, suína, de peixes, de aves) será o menor no Brasil dos últimos 25 anos. A inflação registrada somente em relação às carnes frescas, no período de julho de 2020 a junho de 2021, foi de 38%, segundo o acumulado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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