Ginecologista investigado por estupro e violação de pacientes é preso novamente

Ginecologista investigado por estupro e violação de pacientes é preso novamente

A prisão dele havia sido revogada pela Justiça, que negou também recurso do MPGO. Agora ele teve a prisão preventiva decretada em outra comarca pelos mesmos crimes

 

O ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, investigado pelo estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude em mais de 30 mulheres em Goiás, foi preso novamente na manhã desta sexta-feira, 8, em cumprimento a mandado de prisão preventiva expedido pelo juízo criminal da comarca de Abadiânia, onde um novo inquérito policial foi instaurado depois que quatro vítimas abusadas pelo médico procuraram a polícia.

Nicodemos Morais foi preso preventivamente em 29 de setembro, em cumprimento a mandado de prisão expedido pela 2ª Vara Criminal de Anápolis, suspeito de praticar crimes sexuais contra três pacientes em seu consultório.

O médico tinha registro profissional (CRM) ativo em Goiás, Pará, Paraná e Distrito Federal. Na capital federal, o médico tem sentença condenatória por violação sexual mediante fraude. Com a cassação do registro feito pelo CREMEGO (veja nota abaixo), ele fica proibido de exercer a medicina temporariamente

Em audiência de custódia realizada na sexta-feira, dia 1º, o MPGO manifestou-se pela manutenção da prisão para garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e aplicação da lei penal. A prisão foi mantida.

No entanto, na segunda-feira, 4, foi concedida liberdade provisória ao médico, mediante medidas cautelares diversas da prisão. O MPGO recorreu da decisão, mas na quarta-feira, 6, a decisão foi mantida e ele continuou em liberdade.

Com isso, muitas vítimas que tinham depoimentos marcados na DEAM de Anápolis não compareceram por medo de represália. No recurso apresentado pelo MPGO, é que algumas vítimas já relataram à Polícia Civil o temor e a intranquilidade que sentem, além do medo de prosseguir com as denúncias e receio de algo lhes acontecer, diante da condição social que o médico ostenta na cidade.

Os crimes foram cometidos desde 2016 até meados de setembro deste ano, em Anápolis e em outras cidades e outros Estados. “Além dos crimes de violação sexual mediante fraude, foram noticiados delitos de estupro de vulnerável, que tem pena de reclusão de 8 a 15 anos.

Nota do Cremego

O médico ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior Estanislau Morais (CRM/GO 12.053) foi interditado cautelarmente pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego). Com a interdição, aprovada em reunião do Cremego, realizada na terça-feira, 5 de outubro, e comunicada ao médico no início da noite de hoje, 6, ele fica temporariamente proibido de exercer a medicina em todo o País.

A interdição cautelar é um procedimento administrativo adotado pelos Conselhos Regionais de Medicina para restringir o exercício da profissão por médicos cuja ação ou omissão, decorrentes de sua profissão, esteja prejudicando gravemente a população, ou na iminência de fazê-lo.

O interditado fica impedido de exercer as atividades de médico até a conclusão final do processo ético-profissional. A interdição é válida por seis meses, podendo ser prorrogada por mais seis ou revogada a qualquer

O Cremego tomou conhecimento das denúncias contra o médico Nicodemos Júnior Estanislau Morais no dia 29 de setembro, após a prisão do profissional e divulgação do fato pela Polícia Civil, e logo iniciou os procedimentos para a apuração da conduta do ginecologista e obstetra no exercício profissional. Cumprindo o artigo 1º do Código de Processo Ético-Profissional Médico, o Cremego informa que essa apuração tramita em sigilo.

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