Carne vermelha apresenta variação de até 90% em Goiânia
Levantamento promovido pelo Procon Goiás também aponta diferenças nos preços da carnes de frango e suína -113% e 266%, respectivamente
O consumo de carne, principalmente a vermelha, passou a ter um peso maior no orçamento doméstico no período de pandemia da Covid-19, impactado pelo aumento do consumo no mercado interno e outros fatores econômicos.
De acordo com dados divulgados em maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a carne vermelha registrou alta acumulada de 35,14% (Índice Nacional de Preços ao Consumidor – IPCA Amplo 15) no período de 12 meses.
Em função da queda na renda dos brasileiros e do desemprego, provocados pela pandemia, torna-se ainda mais importante a prática da pesquisa de preços com o objetivo de garantir economia. Para auxiliar os consumidores, o Procon Goiás divulga nesta quarta-feira (29/9) um levantamento com os preços de 26 tipos de carne (incluindo frango e suína). Os preços foram verificados em casas de carne e supermercados localizados em Goiânia entre os dias 15 e 28 de setembro.
Para se ter uma ideia, a maior variação encontrada (carne vermelha de primeira) foi no quilo do filé mignon, cujo preço varia de R$ 49,90 a R$ 94,50. Em seguida, vem o corte do lagarto (81, 10%), com uma oscilação de R$ 28,99 a R$ 52,50. A picanha, uma boa pedida para o tradicional churrasco, pode ficar até 63% mais salgada, se uma boa pesquisa não for feita.
Na carne de segunda, a diferença de preços entre um estabelecimento comercial e outro chega a 83,91% (quilo da fraldinha) – R$ 29,90 a R$ 54,99. A costela vem logo atrás, com uma margem de 77,96% (R$ 17,90 a R$ 29,99).
No geral, a maior variação encontrada pela pesquisa de preços foi na carne suína, com o quilo do suã – 266%,84% (R$ 7,90 a R$ 28,98). A disparidade revela a importância da pesquisa de preços. O pernil com osso apresentou variação de 150% e a costelinha, 140%.
Uma alternativa para fugir da alta da carne vermelha é consumir a carne de frango, que é mais acessível. No entanto, é preciso ter cautela, pois essa migração também pode causar a elevação nos preços.
O levantamento apontou uma variação de 113% no quilo do frango (resfriado) (R$ 6,99 a R$ 14,90) e de 11,78% no frango congelado.
O Procon Goiás orienta o consumidor a sempre pesquisar os preços dos produtos antes de comprá-los, pois há uma variação significativa de um estabelecimento para o outro. Outra dica é aproveitar os dias de promoções. Fique atento se o preço publicado no anúncio corresponde ao praticado pelo estabelecimento. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor não pode recusar o cumprimento da oferta.
Outro cuidado deve estar relacionado às condições de higiene do estabelecimento e dos atendentes para evitar a compra de produtos contaminados. Certos cuidados básicos, principalmente com os produtos perecíveis, podem evitar problemas como doenças e intoxicações alimentares.
Dicas e cuidados na hora da compra
O balcão de produtos refrigerados ou congelados não deve apresentar poças d’água, embalagens transpiradas ou com placas de gelo sobre a superfície.
Essas características podem indicar temperatura inadequada, superlotação ou que as geladeiras foram desligadas durante a noite. A aquisição dos congelados deve ser feita no final das compras. As carnes e aves também merecem cuidados especiais.
A grande preocupação do consumidor deve ser com a procedência do alimento. É importante comprar esse tipo de alimento fresco, com aparência, cor e odor característicos, sob refrigeração e de fontes seguras, devidamente inspecionados em sua origem e com o número do Serviço de Inspeção Federal (SIF) e Serviço de Inspeção Estadual (SIE), que mostra que a carne foi aprovada pela fiscalização. Procure açougues que tenham boas condições de higiene. Verifique as paredes, os balcões e, principalmente, a luz.
Se a luz que ilumina a carne for vermelha, cuidado! Colocar esta luz vermelha é ilegal, pois muda a cor da carne fazendo-a parecer que mais nova. Observe a cor da carne. A carne de gado estragada pode apresentar cor esverdeada e forte cheiro de podre.
Carne com cor vermelho vivo também deve ser evitada, pois provavelmente foi colocado nela um pó branco que esconde sua má qualidade. Esse pó branco é o sulfito de sódio. Também é importante observar se o produto possui a identificação da origem, a etiqueta-lacre contendo o número do Serviço de Inspeção, com nome do frigorífico e origem, data de embalagem e prazo de validade.
Para mais informações, acesse o relatório e a planilha da pesquisa. (Agência Cora de Notícias)