MPGO denuncia policiais por tortura a advogado em Goiânia

MPGO denuncia policiais por tortura a advogado em Goiânia
Advogado foi imobilizado e agredido por militares Foto: Reprodução

Crimes foram cometidos em frente a camelódromo na Praça da Bíblia. Um dos militares foi preso

O Ministério Público de Goiás (MPGO), por intermédio do Núcleo de Controle da Atividade Policial (NCAP), denunciou cinco policiais militares por prática do crime de tortura contra o advogado Orcélio Ferreira Silvério Júnior. O fato ocorreu em 21 de julho deste ano, em frente ao Centro Comercial Praça da Bíblia, no Setor Leste Universitário, em Goiânia.

Acolhendo pedido do MP, a Justiça decretou a prisão preventiva do tenente da Polícia Militar de Goiás (PMGO) Gilberto Borges da Costa, cujo mandado foi cumprido. O cabo Robert Wagner Gonçalves de Menezes e os soldados Idelfonso Malvino Filho, Diogenys Debran Siqueira e Wisley Liberal Campos foram afastados cautelarmente de suas atividades policiais ostensivas, devendo ser alocados em atividades administrativas.

Os policiais tiveram suspenso o porte de armas, sendo determinado o recolhimento do armamento oficial utilizado por eles.

Policiais tentaram impedir filmagem
Os integrantes do MPGO relatam na denúncia que, por volta de 11 da manhã, os policiais abordaram um cuidador de carros que, dias antes, tinha se envolvido em uma discussão com Gilberto.

Durante a abordagem, o tenente perguntou se ele se lembrava do evento, agredindo-o com um tapa no rosto.

Depois, o tenente entrou no centro comercial e questionou porque uma testemunha tinha feito interferência em benefício do vigia de carros. Nesse meio tempo, Orcélio Ferreira Silvério, administrador do centro comercial, foi conversar com o tenente, mas acabou agredido com tapas no rosto e ombros, enquanto era revistado.

Testemunhas, então, ligaram para Orcélio Ferreira Júnior, filho e advogado do administrador agredido, informando sobre o ocorrido. Orcélio Júnior seguiu para o local e começou a gravar pelo celular a abordagem abusiva.

Neste momento, o soldado Diogenys avisou que era proibido gravar. Em seguida, o tenente foi até Orcélio Júnior, questionando quem era ele. A vítima disse que era advogado do vigilante de carros, e pediu que o policial se identificasse.

Insatisfeito, o tenente agarrou Orcélio Júnior pela gravata, o empurrou sobre um carro e começou a agredi-lo com socos. Em razão disso, Orcélio Júnior desfaleceu e, quando recobrou a consciência, estava sentado no chão sendo agredido com socos no rosto dados pelo tenente, enquanto seus braços eram segurados pelos soldados Diogenys e Wisley.

Várias outras situações de violência ocorreram na sequência, enquanto os policiais impediam populares de se aproximar e gravar as agressões. (Assessoria de Comunicação Social do MP-GO)

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