Preso estelionatário que agia em vários estados se passando por analista da Receita Federal
Ele oferecia aparelhos eletrônicos e bens importados supostamente apreendidos pela RF por valores abaixo do mercado e desaparecia depois que vítimas faziam depósitos bancários em contas de laranjas. Ele responde a mais de 70 golpes em SC, RR, MT, DF e Goiás
A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri) de Valparaíso de Goiás prendeu David Alves Bezerra, de 30 anos, em cumprimento a mandado de prisão preventiva por sete crimes de estelionato, praticados contra vítimas de Valparaíso de Goiás, pelos quais também foi indiciado. O mandado foi cumprido com o investigado já preso na cidade de Caucaia/CE, com o apoio do Sistema Penitenciário do Ceará.
De acordo com as investigações, o homem, que também usava os apelidos de Berlim e Alemão, fingia ser analista da Receita Federal e fez, pelo menos, oito vítimas no Entorno do Distrito Federal, que foram identificadas pela Polícia até o momento. No entanto, ele, que é natural de Fortaleza, responde a mais de 70 estelionatos nos estados de Santa Catarina, Roraima, Mato Grosso e no Distrito Federal, e é conhecido por “Don Juan”.
Para enganar as vítimas, ele se passava servidor público e dizia ter acesso a bens apreendidos pela receita federal e fazendas estaduais e se utilizava desse ardil para oferecer aparelhos eletrônicos e bens importados de elevado valor econômico às vítimas. Para tanto, ele falava que tinha acesso à lotes de produtos que iriam a leilão, mas que conseguiria vender tais objetos por preços bem abaixo do mercado.
Com isso, ele conseguia que as vítimas realizassem transferências financeiras na promessa de entrega de celulares, notebooks, perfumes importados, computadores, dentre outros. As vítimas transferiam os valores, e, na data acordada para entrega dos objetos, David desaparecia. Para isso, ele se utilizava de contas bancárias de terceiros, os quais caíam no encanto do golpista, sacavam os valores e repassavam para ele.
Segundo o delegado Leonilson Pereira, o investigado tinha uma vida nômade e aplicava golpes por todo o país. Onde ele chegava, procurava mulheres para de relacionar amorosamente e as persuadia a captar as vítimas do seu meio, estabelecendo um ciclo de confiança para que as vitimas caíssem facilmente no golpe, por esse motivo ele tinha por alcunha “Don Juan”. Após pouco tempo em cada cidade, ele se mudava. Estima-se que ele tenha feito mais de 90 vítimas pelo país.
“Durante as investigações, tivemos acesso a imagens que demonstram uma vida de luxo que o acusado levava, o qual exibia suas viagens, andanças em carros de luxo e manuseio de altos valores em dinheiro, menosprezando inclusive a atividade policial que o investigava”, conta o investigador. Para dar maior credibilidade à sua atuação, ele se expunha nas redes sociais como servidor público e enviava imagens uniformizado para as vitimas. (Assessoria de Imprensa da Polícia Civil de Goiás)