Violência contra mulheres cresce em 20% das cidades durante a pandemia
Pesquisa é da Confederação Nacional dos Municípios
Em 483 cidades houve aumento de casos de violência contra a mulher durante a covid-19, que atingiu o Brasil em fevereiro de 2020. O número equivale a 20% dos 2.383 municípios ouvidos pela nova edição da pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) sobre a pandemia, divulgada nesta sexta-feira, 13.
Em 269 (11,3%) municípios, houve elevação nas ocorrências de violência contra criança e adolescente, em 173 (7,3%) foram registrados mais episódios de agressão contra idosos, e em 71 (3%) contra pessoas com deficiência. Em outras 1.684 cidades (70,7%), as prefeituras não receberam mais denúncias de violência contra esses segmentos.
Somados, os percentuais de cidades onde houve acréscimo de casos de agressão contra diferentes segmentos chegam a 41,9% dos municípios ouvidos no estudo. É a primeira vez que a pesquisa da CNM sobre a covid-19, realizada semanalmente, trata de casos de violência.
Levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública confirmou o crescimento do assassinato de mulheres, motivado por questões de gênero. Em 2020, em meio às medidas de isolamento social devido à pandemia de Covid-19, o Brasil registrou 1.350 casos de feminicídio. No ano passado, a cada seis horas e meia uma mulher brasileira foi vítima de um feminicida.
As mulheres também foram mais agredidas em 2020. Pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada recentemente, mostra que uma em cada quatro mulheres sofreu algum tipo de agressão durante a pandemia, seja ela verbal, sexual ou física. Ao todo, são 17 milhões de mulheres agredidas entre junho de 2020 e maio de 2021, ou seja, 24,4% do total.
Em caso de violência familiar e doméstica, ligue 180. A ligação é gratuita e pode salvar vidas! (Agência Brasil, Portal Vermelho)